PATOLOGIAS

A dor lombar é um problema com importante impacto clínico, social e económico afetando indiscriminadamente toda a população em algum ponto da sua vida. A sua causa é multifatorial, podendo ter origem em lesões ósseas, ligamentares, musculares ou neurológicas. A dor tem um caracter autolimitado na maioria dos casos, podendo ser tratada de forma conservadora com auxilio farmacológico e de fisioterapia.

A cervicalgia é uma dor axial a nível da coluna cervical podendo ter irradiação para a região da nuca, mastoide e ombros. Tem um importante impacto a nível da qualidade de vida dos doentes, podendo ser originada em fatores como contraturas musculares, problemas discais ou inflamação de facetas articulares. À semelhança dos doentes com lombalgias, na ausência de défices neurológicos associados aos sintomas, a sua duração é autolimitada podendo ser tratada de forma conservadora. 

Consiste na inflamação do cóccix, causando dores localizadas na região das nádegas. Pode ser uma dor muito incomoda, não permitindo que o doente fique numa posição sentada durante muito tempo. A primeira abordagem é conservadora, consistindo na descarga e controlo analgésico para o alivio sintomático da dor. No entanto, em caso de falência desta abordagem, pode ser necessário a realização de uma infiltração guiada por Rx com terapia farmacológica especifica.

A sacro-ileite é uma inflamação da articulação sacro-iliaca podendo ser uma causa muito incapacitante de dor da coluna lombar. Trata-se de uma patologia em muitos casos severa interferindo com a qualidade de vida do doente. A sua causa é multifatorial, podendo ser desencadeada por sobrecarga desta articulação ou por doenças inflamatórias ósseas associadas. Muitas vezes a sua dor irradia para os membros inferiores, podendo originar queixas semelhantes a dor ciática. A primeira abordagem é conservadora, consistindo na prescrição de anti-inflamatórios e fisioterapia. Em caso de falência, pode ser necessária a sua infiltração para controlo da dor.

Uma hérnia discal consiste numa lesão a nível do disco intervertebral, tendo como consequência a exteriorização do seu núcleo gelatinoso (nucelo pulposo). Esta rotura origina uma intensa reação inflamatória associada a compressão de estruturas neurológicas adjacentes. Dependendo das estruturas lesadas, o doente pode apresentar queixas como alterações da sensibilidade nos membros, dor ou défices neurológicos com diminuição de força muscular, incapacidade de marcha ou perda de destreza manual. O tratamento, depende de vários fatores, podendo ser considerada uma abordagem mais conservadora inicialmente com a prescrição de fármacos neuromoduladores específicos. No entanto, em casos de défice neurológico marcado ou dor não controlada podem ser selecionadas inúmeras opções cirúrgicas para a sua resolução.

A semelhança de uma hérnia discal cervical, a hérnia discal lombar, deve-se a rotura do anel fibroso do disco intervertebral, tendo como consequência a exteriorização do seu núcleo pulposo. A reação inflamatória e a compressão de estruturas neurológicas nesta localização, podem ter como consequência o aparecimento de uma intensa dor ao longo dos membros inferiores (dor ciática), bem como défices motores associados a compressão de raízes nervosas. Atualmente encontram-se disponíveis inúmeras opções para o seu tratamento, deste uma abordagem farmacológica até cirurgias minimamente invasivas de forma a efetuar a extirpação do núcleo exteriorizado e a descompressão das estruturas neurológicas comprimidas.

A dor ciática deve-se à compressão de raízes nervosas da coluna lombar que originam o nervo ciático. Trata-se de uma dor do tipo radicular, apresentando uma distribuição ao longo do membro inferior, podendo estender-se desde a coluna até ao pé. As causas de compressão das raízes lombares são inúmeras, podendo dever-se a problemas discais, apertos foraminais ou instabilidades. Há inúmeros tratamentos disponíveis para a dor ciática. A abordagem conservadora pode ser utilizada primariamente através de terapêuticas farmacológicas, infiltrações radiculares ou fisioterapia. Em caso de falência de tratamento conservador, o tratamento cirúrgico é uma opção, podendo ser efetuadas inúmeras técnicas por via minimamente invasiva. As abordagens menos invasivas, permitem uma recuperação mais rápida do doente com diminuição do tempo de internamento e das dores durante o período pós-operatório.

A mielopatia cervical é uma compressão da medula a nível do canal medular derivada da degeneração de estruturas disco ligamentares. Dependendo da sua gravidade, pode originar défices neurológicos graves com perda de força muscular e sensitiva a nível dos membros superiores e inferiores. Para alem destas alterações, os doentes podem ainda apresentar perda de destreza manual ou incapacidade de marcha. O seu tratamento é cirúrgico e tem como objetivo a descompressão das estruturas neurológicas afetadas. Atualmente, encontram-se disponíveis inúmeras abordagens para o seu tratamento dependendo de fatores como idade do doente, número de níveis afetados e doenças associadas.

A estenose canalar é uma alteração degenerativa a nível da coluna lombar que tem com consequência um aperto progressivo das estruturas neurológicas (como saco dural, e raízes nervosas) que se encontram no canal medular. Os doentes com este tipo de patologia podem ter alterações neurológicas severas como perda progressiva da capacidade de marcha, dores, perda de sensibilidade nos membros inferiores e diminuição no controlo de esfíncteres. Esta doença é altamente incapacitante, podendo levar a uma perda progressiva da autonomia para executar as normais atividades de vida diária. O seu tratamento é cirúrgico, de forma a descomprimir as estruturas neurológicas estenosadas. Atualmente dispomos de várias técnicas cirúrgicas minimamente invasivas que permitem uma recuperação mais rápida do doente, como menos queixas álgicas durante o período pós-operatório.

A espondilolistesis é uma deformidade a nível da coluna, que se caracteriza pelo aparecimento de uma instabilidade a nível de uma ou várias vertebras. O seu aparecimento pode ser uma consequência de um traumatismo, embora possa ter uma causa degenerativa, principalmente em idades mais avançadas. Os doentes normalmente reportam queixas de dor de costas, podendo associar-se a dores radiculares e défices neurológicos nos membros inferiores. Existem vários tipos tratamentos, dependendo do grau de deformidade e severidade dos sintomas. Em caso de falência do tratamento conservador, ou na impossibilidade de poder ser cumprido de forma bem sucedida, o tratamento cirúrgico é uma opção viável de forma a estabilizar a coluna e descomprimir estruturas neurológicas afetadas.

As fraturas da coluna vertebral são lesões complexas que ocorrem a nível ósseo e ligamentar, podendo ter como consequência danos marcados de estruturas neurológicas. Dependendo do mecanismo associado no momento do traumatismo, podem ocorrer lesões especificas tanto a nível estrutural como neurológico. É fundamental um exame físico e um estudo imagiológico cuidado de forma a classificar devidamente estas lesões. Dependendo do tipo de fraturas associadas, os doentes podem beneficiar de múltiplos tratamentos desde os mais conservadores (como o uso de ortoteses) até aos cirúrgicos, de forma a efetuar a devida estabilização das lesões associadas ao traumatismo.

Com o envelhecimento da população, as fraturas osteoporóticas são cada vez mais comuns. Tratam-se de fraturas de fragilidade óssea decorrentes de traumatismos de baixa energia (como quedas de própria altura), sendo uma consequência da diminuição de densidade mineral óssea. Dependendo do tipo de fratura, pode ser efetuada uma abordagem conservadora (através do uso de ortoteses) ou cirúrgica estando disponíveis inúmeras técnicas cirúrgicas dependendo do traumatismo associado. No entanto, de forma a prevenir futuros danos, a doença osteoporótica deve ser devidamente tratada com recurso a medicação especifica com controlo periódico em consulta de seguimento.

As escolioses e cifoses são deformidade a nível da coluna que podem ter como consequência um elevado grau de incapacidade para a qualidade de vida do doente. As suas causas são variadas, dependendo de fatores como doenças reumatológicas, traumatismos e alterações degenerativas. O seu tratamento é complexo, necessitando de um apoio multidisciplinar de forma a ser dada a melhor orientação para cada caso específico. Os tratamentos cirúrgicos para a sua correção, exigem um elevado grau de diferenciação devendo ser considerados em casos muito específicos dependendo do tipo de deformidade e queixas do doente.

Os quistos da coluna têm origem em alterações degenerativas nas facetas articulares, tendo como consequência a formação de uma estrutura quistica que pode comprimir o saco medular e as raízes nervosas. Dependendo da estrutura neurologia atingida, os doentes podem referir queixas variadas desde dor ciática, perda de sensibilidade e défices a nível da força muscular dos membros. Há inúmeros procedimentos que podem ser propostos para o tratamento desta lesão, podendo em casos mais graves ser necessário o tratamento cirúrgico.

A doença facetaria deve-se a alterações degenerativas presentes nas facetas articulares, podendo ser uma causa importante de dores na coluna. Normalmente as queixas agudizam com movimentos de extensão devido a sobrecarga aplicada a estas estruturas. O seu tratamento é primariamente conservador, podendo ser efetuadas terapias adjuvantes como infiltrações facetarias ou radiofrequência, em caso de falência da abordagem inicial.

As doenças reumatológicas são uma causa importante de dores na coluna. Tratam-se de doenças autoimunes, com atingimento das pequenas articulações (como as facetas articulares) e ligamentos. A sua abordagem deve ser efetuada por uma equipa multidisciplinar de forma a travar a progressão destas doenças, encontrando-se disponíveis inúmeras soluções terapêuticas para este efeito.

Trata-se de uma patologia de elevado grau de complexidade podendo ter origem tanto em tumores primários como metástases provenientes de lesões neoplásicas em outros órgãos. O seu tratamento é multidisciplinar, exigindo a intervenção de varias especialidades medicas e cirúrgicas para o seu tratamento. Fatores como a determinação do tipo de tumor, o seu tamanho ou invasão de estruturas adjacentes, são fundamentais para a orientação do melhor tratamento para a sua resolução. O planeamento operatório é fundamental, sendo necessário um estudo pormenorizado do doente de forma a serem aplicados tratamentos especializados e direcionados para o tipo de lesão presente em cada situação especifica.

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